
Provo a ti, por maior transgressão que seja
que não há maior amor hercúleo que tanto se almeja 
quanto a paixão vil que ofereço-lhe em ornada bandeja 
Provo a ti, por enigmas de esfinges altos e decifrados 
Não respiram neste  mundo tamanhos pecados
quanto amores, arrastados, andróginos abafados 
Provo a ti, pela imagem refestelada e fugidia
de uma dama atroz,vampiresca,  malfazeja e sombria 
que a noite cálida e terna vale mais que o sol do meio dia
Provo a ti, amada minha, salivar de amídalas 
que eu só, estarei regalada, infeliz, perdida 
côncava a soluçar por espasmos de tua vida 
Provo a ti, que as flores maldosas não murcham 
que o torpor e a tormenta não se permutam 
pela doxa de homens burgos, que nada perscrutam 
Soares
tela: "Apollo and the Nine Muses" Gustave Moreau (1856)
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