Velas acesas, em meio ao cruzeiro
Ele ajoelha-se, o rosto contrito
A conjurar com seus traços riscados
Cabalas sáfaras de um velho rito
A dama loura sai de seu sarcófago
Vai passear no chão do cemitério
Vem sequiosa, qual onça no cio
Na altivez de seu esplendor funéreo
Lábios proferem orações em rima
Tridente em punho, a dama se aproxima
À meia-noite, na hora aprazada
E ele treme, em ondas de desmaio
E cai, como atingido por um raio
E de sua boca sai uma gargalhada
Fernando MB
* Quadro: Dante Gabriel Rossetti, "Lady Lilith" (1868)
Poema instigante dono de uma beleza altiva e fúnebre em uma atmosfera misteriosa e irresistível... Muito bom!!!
ResponderExcluir