terça-feira, 26 de abril de 2011

InConstanza




Do que quero
nada espero
refestelo
com esmero
tudo é vago, tudo é vero
tudo é nada
Do que quero
nada espero
vago é tudo, vago é vero
se me vejo, me espero
tudo é névoa
Do que quero
nada quero
se me névoa, não me vero
vejo vago, refestelo
tudo todo
tudo espero
Do que tudo
nada vago
vejo quero
refestelo
nada tudo
névoa mudo
vejo vero
vago espero
tudo nada
refestelo
quero nada
todo esmero
tudo vejo
tudo vero
vejo névoa
vivo vago
do que tudo
Do que quero


soares

*tela: Erika Baptista, 2010

quinta-feira, 14 de abril de 2011

désir...





Venha amado, submergir em nossas covas
Seu rosto em plinto me desperta as alcovas
Um fustão rubro que amanhece ideias novas
Salamandras horríficas, zebus, chidovas...

Bel prazer
Vil romper
São arder
Mui ranger
Hei sorver

Venha amado, jazer em alteridades ascidiosas
alegorias vampirescas, Íncubus, mortes dolorosas
melancolias perversas, Súcubus, hostes pavorosas
Venha amado, refestelar-se em Flores dispendiosas

Bel romper
Vil sorver
São ranger
Mui prazer
Hei arder

Eis-me, amado, preso às vinhetas dos hostis encantos
Sou teu, simulacro. Sou teu, nos portentos sacrossantos
Eis-me, amado, preso em furnas póstumas, aos prantos
Sou teu, cadáver. Sou teu, em ruínas sádicas, vis antros


soares
*foto: Katarzyna Koniekzca

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Velida



amores ey

em cada esquina de Vigo, gania, ululava
berros, espelhos, cátedras, eunucos, penetrava
falos, medos, jóias, ardores, gozos, drapejava

amores ey

Saciar-se-ia com outra amada os ares?
Transgrediria pia ante o dogma fugaz?
Sagrada louçana és ante ideais tenazes...
Sagrada louçana és ante meus ideais...

amores ey


Soares


*foto: Katarzyna Koniekzca