Exumo com afinco teu sorriso perenal
de arcada branca perolada
Deixo entronizada em terno pedestal
a verve taciturna de tu’alma
Teu olhar estético, estático
Teu falar pálido, cálido
Teu pensar absorto, absurdo
Teu tédio esguio, estio
Alcançar-se-ia eterna beleza
se ainda respirasse?
Lançar-me-ia em sangrenta incerteza
se teu lânguido corpo eu não mais velasse
Não apenas és minha em Marienbad
cultuo-te, louvo-te
És também minha em Frederiksbad
aos poucos, sorvo-te
Dos séculos eternos serás simulacro
o teu fulgor a pura arte evoca
Não obstante de esplendor sacro
dotada é tua existência morta
dotada é tua existência morta
Vinicius Soares
Magistral poema, que dialoga belissimamente com o estarrecedor filme de Alain Resnais! Vinicius, você é um esteta!
ResponderExcluirL'amour é um poema divino, com uma beleza encantadoramente fúnebre. Lindo! Parabéns!
ResponderExcluirVinícius! Que surpresa maravilhosa! Não conhecia essa sua faceta! Parabéns!
ResponderExcluirBravo!!
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