quarta-feira, 29 de junho de 2011

Réquiem




Eis o trôpego baço a flanar
pelas ruas de luas escuras
põe-se ébrio e tonto a dançar
chora em pingos a sua amargura


Para o corpo não hás de voltar?
Viverás em profanas agruras?
E se a morte vier a cobrar
faltas graves também obscuras?


Deixem ele que em triste acabar
solta leve as próprias ternuras.
Ermitão na cidade a cantar
canções vagas de muitas canduras


E da Torre que vai se lançar
vê Paris e as luzes seguras.
Sorve a torpe lufada de ar
e se joga em doces torturas


Soares


para Rozalvo Canella e Érika Klein

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