
quero a arte e o prazer 
o berro, o maldizer 
a morte, entardecer 
e sinéreses lamber 
quero a boca arregaçada 
revel e descarnada 
sutil, escancarada 
voraz e estuprada 
quero Anjos nada Augustos 
saciar-me em grandes bustos 
em repastos e arbustos 
apoplexo de sustos 
os hiatos funéreos da contradição
que revelam e voam tal anú 
deixam em sangue a conclusão:
ao escrever o poeta fica nu
então arte, boca, seio e prazer 
anelam-se todos na vida esganiçada 
em espíritos flácidos e robustos 
em vielas sujas de borrão 
em mim, nós e tu 
em furor e dor e voz e fel 
queime a louca letargia 
traz-me o ócio menestrel 
soares
tela: O Grito, Edvard Munch, 1893 
Eia, poeta! Que bela homenagem a Augusto dos Anjos!
ResponderExcluirAdorei!!!
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