Blog do grupo O Decadentismo na Poesia Brasileira idealizado pelo professor Fernando Monteiro de Barros da UERJ-FFP. Este espaço é destinado a todos que amam a Literatura e, sobretudo, a poesia. Bem-vindos e evoé palavra!!!
sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011
ADAGA
O Armígero invicto retornava a morada,
colecionando triunfos em seu peito de aço.
Jamais perdera sequer uma batalha,
e seus funestos inimigos o consagravam.
Quem haveria de derrubar tal estandarte!
Um Hércules viril com músculos atrozes?
Ou uma deusa de colo alvo e lábio escarlate?
Cortou, feriu, sangrou e trucidou com sua espada,
mas defronte ao néctar, essência e opulência da Afrodite sequiosa,
a armadura outrora rija agora caia aniquilada.
A fêmea de carnes febris e comportamentos fatais
cantarolou uma cantiga feitiço,
encarcerando o coração do rapaz
No gozo inato de sua auto-suficiência
Sucumbiu a desdita pérfida e ardil
de um inócuo e pândego desígnio
Ali jazia imóvel o indômito aterrador
Estendido nu ao lado de sua amada
Degustou toda sensualidade e ardor,
vivendo e morrendo no fio de sua adaga.
*Franz von Stuck, Salomé, 1903, Lenbachaus, Munique
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Eia, poeta! Parabéns, Renato, pelo luxurioso poema!
ResponderExcluirBravo Renato!!!
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