Olhando-se no espelho reluzente
O homem nu deslumbra-se com a imagem
Da robustez de sua carne fremente
E do olhar que lhe devolve a miragem...
Acaricia sua pele nua
Arrastado por lúbricos anseios
Enquanto, a tudo, do alto assiste a lua
Deliciando-se e apertando os seios...
As estrelas não agüentam e se escorrem
Em chuvas rutilantes de vermelho
Que brilham e que caem e que morrem...
E o homem, num assomo de langor
Não se conteve e abraçou no espelho
Todo o delírio de seu grande amor...
Fernando MB
* Ilustração: "On Death, Part II: The Philosopher" (1910), por Max Klinger (1857-1920)
Vertigens de Narciso...
ResponderExcluirBelo poema!