domingo, 9 de janeiro de 2011

O AMOR SEGUNDO SÓCRATES


Do que dissemos, atingimos a quarta espécie de delírio, sim do delírio:
quando, vivendo neste mundo, consegue-se vislumbrar alguma coisa bela.
A alma recorda-se então da beleza real, recebe asas e deseja subir cada vez
mais alto, como se fosse uma ave. Impossibilitada de conseguir, negligencia
as coisas terrenas, assim dando a parecer que não passa de um louco! (...)
Por isso se costuma também dizer que os possuídos por este entusiasmo
se designam por amantes.
(In Fedro, Guimarães Editoras, trad. Pinharanda Gomes, 1989.)



Se é são, eu não digo.

Se bem digo, desconheço.

Se conheço, ignoro.

Se ignoro, não justifico.

Se completa, me alucina.

Se alucina, me descuido.

Se contemplo, me inspira.

Se inspira, me ignora.

Se ignora, nada diz.

Se não diz, não conheço.

Se conheço, eu não digo.

Se não digo, não é são.

Se é são, eu não digo.





Eros e Psiquê - Escultura de Antônio Canova, no Museu do Louvre, em Paris.

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