quarta-feira, 1 de setembro de 2010

aliá




Eis ela que de grandeza sonolenta
contrapõe-se aos princípios da estética
facetas rubras, arrasta-se atenta
nas ruas cheias, farta beleza cética

Fulgura nos bailes sem receio
de vozes estultas com críticas grotescas
tem por si amor como chama em seco centeio
na alma, vontades nada pitorescas

Inspiradora de poetas trapeiros
musa de sibaristas macabros
procrastina arrepios, devaneios
em seus pesados braços de alabastro

Clamo a ti para saciar-me de auras
para em Fontenay experimentar a fartura
vinda de tua existência que sobeja gauras
tendo urros inebriados de loucura

Vinicius Soares

* tela: "Beauty" Boris Kustodiev (1915)

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