quinta-feira, 26 de agosto de 2010

lune



Ai de mim que na alcova
contempla a fria Pérola alva
a esgueirar-Se no manto negro manhosa
Oh Deusa noturna que amantes salva

Ai de mim que de tosca e vil distância
enamora a Medéia crepuscular
as estrelas que Te seguem bem sabem a infâmia
que causei no recôndito, a contemplar

Ai de mim que persevera em tal grandeza
ideal inalcançável, spleen’s intermitentes
conservarás eternamente Tua beleza
enquanto de velho hei de ver cairem-me os dentes

Ai de mim que no possesso almeja esperanças
do amar-Te, beijar-Te com prazer
bem sabem os ébrios, andarilhos e crianças
que esfumaças-Te ao amanhecer


 Soares

2 comentários:

  1. Eita pipoco! Tu tá ficando muito fera nesse negócio!
    Parabéns querido! Por fazer da tristeza e da desilusão uma obra de arte dessa beleza!

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