Quando te vejo lânguida sob a lua, ó Beleza estéril,
neste afeto pagão, que de ti implora nobreza,
sinto estalar no peito, qual lira etérea e pueril,
uma majestosa repulsa alheia à natureza.
Quando te espero passar, em imundície velada,
suponho que é a tua alma infame,
que exala essa emanação encantada.
E eu, ébrio de paixões, suplico-te que me ame.
Quando, de súbito, esgueirando-se lúbrica,
como gata no cio, tu me fitas,
com olhos de Medusa, tua finalidade única
é enlevar-me a alma e a lucidez, de ti cativas.
Quando me entrego à influência malígna
de tua Volúpia a enlaçar-me como serpente,
preso às flores do Mal de que és insígnia,
adivinho o vil intento de tua sórdida mente:
"Quando te persigo neste afã que comigo trago,
o teu frescor é o meu desejo, jovem mancebo,
com ares de Judite transfigurada, meu doce apaixonado,
arranco-te o coração e dele, o sangue bebo."
* Tela Judite e Holofernes de Caravaggio
Très magnifique, très extraordinaire! Suzane, vous êtes une poétesse luxurieuse!
ResponderExcluirSuzane, sua poesia é inspiradora e cativante, reúne o alento e o fulgor. Evoé!
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