Ai de mim que na alcova
contempla a fria Pérola alva
a esgueirar-Se no manto negro manhosa
Oh Deusa noturna que amantes salva
Ai de mim que de tosca e vil distância
enamora a Medéia crepuscular
as estrelas que Te seguem bem sabem a infâmia
que causei no recôndito, a contemplar
Ai de mim que persevera em tal grandeza
ideal inalcançável, spleen’s intermitentes
conservarás eternamente Tua beleza
enquanto de velho hei de ver cairem-me os dentes
Ai de mim que no possesso almeja esperanças
do amar-Te, beijar-Te com prazer
bem sabem os ébrios, andarilhos e crianças
que esfumaças-Te ao amanhecer
Soares